UHF : Comédia Humana
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1. BRINCAR NO FOGO
Jogar um jogo
Eternamente,
Lançando fogo
A toda a gente.
No alto risco
A tentação,
O imprevisto
Provocação.
O fogo posto
Rastilho aceso,
Escondes-me o rosto
Não sei se quero.
Ser e não ser
E até fingir,
Quero tremer
Deixa-me ir.
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
Venho sem medo
Como um intruso,
Um vento seco
Um sopro surdo.
Toca no fogo
Leva-me a sério,
Sou o actor
Deste mistério.
A história é curta
Rocambolesca,
A chama em luta
É chama acesa.
Quero mentir
Quero enganar,
Não sei fugir
Vais-me apanhar.
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
E se a farsa
Não tiver fim,
Foi a brincar
Que me perdi.
Brincar no fogo, brincar no fogo
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
2. DE SEGUNDA ATÉ SEXTA
Secretárias ou amantes
São desejos palpitantes,
Por aqui nada presta
De segunda até sexta.
Um horário a cumprir
Vou de pé e a dormir,
Tusso o cheiro a meu lado
E o vizinho está calado.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
O almoço é de pé
Sanduíches e café,
À conversa o futebol
E a chuva esconde o Sol.
De regresso à função
Já não bate o coração,
Só as mãos a mexer
Um tumulto a crescer.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
Um dia na vida, um dia qualquer
Igual sem medida, a morder, a morder
Hey hey.
Na janela da tv
Há uma guerra em directo,
É o choro de um bebé
Na areia do deserto.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
3. FARO: SUITE 220
Passei de novo o último verão
Neste país de lés a lés,
Em cada noite a multidão
Enchendo a dança a meus pés.
Andei por terras esquecidas
Toquei nas festas populares,
Forasteiro em romarias
Noites longas a conversar.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí.
Eu fui ao fundo de um sonho
Tantas vezes mergulhei,
A teimosia é um jogo
Que o artista conhece tão bem.
Ah, se eu tivesse uma nota
Por cada noite bebida,
A contar a minha história
Seria rico p'ra toda a vida.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí.
Acaba a noite neste quarto
E o silêncio é mais silêncio,
Há um prazer neste cansaço
Que me adormece noite dentro.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí, por aí.
4. O TANGO DOS RAFEIROS
À Fome de fama
Cresce a manha,
No ar da noite
A lei da corte.
O sabor da fera
É a espera,
Busca na rua
Noites sem Lua.
A fama é a fome
Que o drama escolhe,
Homens perdidos
Alguns amigos.
Não são de raça
Servem de caça,
Correm à frente
Oh, boa gente.
Um vira latas
Finca de caras,
O osso da sorte
O ouro da noite.
O Sol já aquece
O pano desce,
Tudo se cala
A fome e a fala.
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, os primeiros,
Pela noite, forasteiros
Como a noite, passageiros.
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, os primeiros,
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, pela noite, os primeiros.
5. COMÉDIA HUMANA (Parte 1)
Cimeiras e olheiras
Tratados de redução,
Uma ilha com palmeiras
Os conflitos em discussão.
Uma tenda no deserto
Com o ar condicionado,
Uma feira de armamento
Com camelos de artesanato.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
Não há pressa nas tragédias
Só imagens na tv,
Da Etiópia à Roménia
O povo sem saber porquê.
Fanatismos no Irão
Ou motins no Soweto,
A toyota do Japão
Num rally do deserto.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
Índios em extinção, esquimós da solidão
Violência na miséria em África e n'América,
Palestina em pé de guerra, Timor sempre à espera
Tiranos e profetas, ayatollahs e atletas, à espera.
Meu Deus, que comédia é esta
Os homens as armas e a guerra,
Os homens em armas, são a guerra.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
6. PODERIA SER ASSIM
Poderias aceitar olhar o espelho
E aceitar as ordens deste mosteiro,
Fecharias os olhos para aceitar
Os olhos abertos no escuro a brilhar,
Olhares à volta e aceitares
Olhares à volta e o escuro a brilhar.
Poderias ser o cofre de todo o amor
Ser feliz sem sentir qualquer dor,
Estranha forma de agir em silêncio
O Sol a queimar, cerco do tempo,
Abrires os braços e eu aceitar
Abrires os braços deixares-me ficar.
Poderia ser assim
Mas foi p'ra isso que cá vim?
Não sei, não sei.
O convite chegou sem atraso
A pequena ironia do meu caso,
Esta é uma história escorregadia
O cantor a deitar-se na melodia,
É noite aqui, neste quarto
Um brilho no escuro, outro cigarro.
Poderia ser assim
Mas foi p'ra isso que cá vim?
Não sei, não sei.
7. DO ZERO
Já fui abaixo, voltei p'ra cima
Um mau bocado que marca a vida,
O que mais dói são os enganos
Os golpes baixos que não esperamos,
Sombras discretas a deslizar
São só amigos a rastejar.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
Vidas sem história, lutas sem fim
Um dia a mais passou aqui,
Fica o silêncio como um dilúvio
Estamos a ver cinema mudo,
Plateia cheia, olhos pasmados
Tudo a fingir, os cornos baixos.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
Esta tragédia por ser pequena
Não é notícia é morte lenta,
É esquecimento ou dor calada
Puro cinismo sem navalhada,
O sangue quente vai esfriando
Se tu deixares, seca por dentro.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
8. GIN PURO
Gin puro
Noite clara,
Um abuso
A boca amarga.
No écran
L.A. convida
Olhos de galã
Anos trinta.
Minha amiga, esta noite, Lua cheia
Despedida, criminosa, derradeira.
Gin puro
Beber sempre,
Nem fim nem fundo
Ir na corrente.
Por qualquer lado
Sem daqui sair,
Naufrágio
Alcácer Quibir.
Minha amiga, esta noite, Lua cheia
Despedida, criminosa, derradeira.
9. MANEL DAS MÃOZINHAS
Ele chega bem cedo
A cara esmurrada,
Cambaleando
Sem dizer nada.
Olha à volta
E fila o primeiro,
"Oh meu, espera aí
Tou sem dinheiro."
"Oh meu, tu não fujas
Eu sou o mãozinhas,
Arranja-me uns trocos
P'ras vitaminas."
Manel solitário
Às oito na praça,
Sentado num banco
Escutando a estátua.
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
P'ra frente e p'ra trás
A falar sozinho,
O povo passa
Pelo maluquinho.
Vai mais um bagaço
E o Lino não chega,
"Anda aqui bicho
A moer-me a cabeça."
Manel não aguenta
E sai disparado,
Um carro que trava
"Ah, meu grande bandalho."
E se fosse ali
A morte a chegar,
"Ó morte da vida
Deixa de me olhar."
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
E sempre às voltas
Ao longo da praça,
Contando uma história
Pedindo a quem passa.
À tarde na escola
Os putos são certos,
Manel fica à esquina
A polícia está perto.
A noite tropeça
Numa discussão,
"O caldo não chega
P'ra dois, meu irmão."
Na casa de banho
Da velha taberna,
Manel aperta
A veia que sangra.
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
10. COMÉDIA HUMANA (Parte 2)
No centro dos conflitos
Há petróleo e fronteiras,
Ódios velhos entre tribos
A mentira das bandeiras.
Norte, Sul, Leste, Oeste
Onde a fome está presente,
Fugitivos como peste
Que agita o Ocidente.
E a nós aqui tão perto
As colónias na memória,
Cruzadas que deram certo
Nos velhos livros da história.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
11. BARES
Os sítios são ordinários
As horas doentias,
A noite é um preçário
De sorrisos anestesia.
O circo enche a cerca
Os heróis prometidos,
Amores em cena
Aplausos comovidos.
E as noites são brilhantes
Como mantos de orvalho,
Mil histórias bebidas
Na memória do espantalho.
Estilhaços de gente
De ouro e prata,
Risco cintilante
As noites são de gala.
A festa tem a hora
A hora quer mais tempo,
Aqui o tempo sobra
Na fúria do desejo.
E as noites são brilhantes
Como mantos de orvalho,
Mil histórias bebidas
Na memória do espantalho.
Jogar um jogo
Eternamente,
Lançando fogo
A toda a gente.
No alto risco
A tentação,
O imprevisto
Provocação.
O fogo posto
Rastilho aceso,
Escondes-me o rosto
Não sei se quero.
Ser e não ser
E até fingir,
Quero tremer
Deixa-me ir.
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
Venho sem medo
Como um intruso,
Um vento seco
Um sopro surdo.
Toca no fogo
Leva-me a sério,
Sou o actor
Deste mistério.
A história é curta
Rocambolesca,
A chama em luta
É chama acesa.
Quero mentir
Quero enganar,
Não sei fugir
Vais-me apanhar.
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
E se a farsa
Não tiver fim,
Foi a brincar
Que me perdi.
Brincar no fogo, brincar no fogo
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.
2. DE SEGUNDA ATÉ SEXTA
Secretárias ou amantes
São desejos palpitantes,
Por aqui nada presta
De segunda até sexta.
Um horário a cumprir
Vou de pé e a dormir,
Tusso o cheiro a meu lado
E o vizinho está calado.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
O almoço é de pé
Sanduíches e café,
À conversa o futebol
E a chuva esconde o Sol.
De regresso à função
Já não bate o coração,
Só as mãos a mexer
Um tumulto a crescer.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
Um dia na vida, um dia qualquer
Igual sem medida, a morder, a morder
Hey hey.
Na janela da tv
Há uma guerra em directo,
É o choro de um bebé
Na areia do deserto.
De segunda até sexta, de segunda até sexta,
Hey hey.
3. FARO: SUITE 220
Passei de novo o último verão
Neste país de lés a lés,
Em cada noite a multidão
Enchendo a dança a meus pés.
Andei por terras esquecidas
Toquei nas festas populares,
Forasteiro em romarias
Noites longas a conversar.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí.
Eu fui ao fundo de um sonho
Tantas vezes mergulhei,
A teimosia é um jogo
Que o artista conhece tão bem.
Ah, se eu tivesse uma nota
Por cada noite bebida,
A contar a minha história
Seria rico p'ra toda a vida.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí.
Acaba a noite neste quarto
E o silêncio é mais silêncio,
Há um prazer neste cansaço
Que me adormece noite dentro.
Ai, saltimbanco, o que é que resta de ti
Oh oh oh, pouco importa o que ficou por aí, por aí.
4. O TANGO DOS RAFEIROS
À Fome de fama
Cresce a manha,
No ar da noite
A lei da corte.
O sabor da fera
É a espera,
Busca na rua
Noites sem Lua.
A fama é a fome
Que o drama escolhe,
Homens perdidos
Alguns amigos.
Não são de raça
Servem de caça,
Correm à frente
Oh, boa gente.
Um vira latas
Finca de caras,
O osso da sorte
O ouro da noite.
O Sol já aquece
O pano desce,
Tudo se cala
A fome e a fala.
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, os primeiros,
Pela noite, forasteiros
Como a noite, passageiros.
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, os primeiros,
São rafeiros, mensageiros
Pela noite, pela noite, os primeiros.
5. COMÉDIA HUMANA (Parte 1)
Cimeiras e olheiras
Tratados de redução,
Uma ilha com palmeiras
Os conflitos em discussão.
Uma tenda no deserto
Com o ar condicionado,
Uma feira de armamento
Com camelos de artesanato.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
Não há pressa nas tragédias
Só imagens na tv,
Da Etiópia à Roménia
O povo sem saber porquê.
Fanatismos no Irão
Ou motins no Soweto,
A toyota do Japão
Num rally do deserto.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
Índios em extinção, esquimós da solidão
Violência na miséria em África e n'América,
Palestina em pé de guerra, Timor sempre à espera
Tiranos e profetas, ayatollahs e atletas, à espera.
Meu Deus, que comédia é esta
Os homens as armas e a guerra,
Os homens em armas, são a guerra.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
6. PODERIA SER ASSIM
Poderias aceitar olhar o espelho
E aceitar as ordens deste mosteiro,
Fecharias os olhos para aceitar
Os olhos abertos no escuro a brilhar,
Olhares à volta e aceitares
Olhares à volta e o escuro a brilhar.
Poderias ser o cofre de todo o amor
Ser feliz sem sentir qualquer dor,
Estranha forma de agir em silêncio
O Sol a queimar, cerco do tempo,
Abrires os braços e eu aceitar
Abrires os braços deixares-me ficar.
Poderia ser assim
Mas foi p'ra isso que cá vim?
Não sei, não sei.
O convite chegou sem atraso
A pequena ironia do meu caso,
Esta é uma história escorregadia
O cantor a deitar-se na melodia,
É noite aqui, neste quarto
Um brilho no escuro, outro cigarro.
Poderia ser assim
Mas foi p'ra isso que cá vim?
Não sei, não sei.
7. DO ZERO
Já fui abaixo, voltei p'ra cima
Um mau bocado que marca a vida,
O que mais dói são os enganos
Os golpes baixos que não esperamos,
Sombras discretas a deslizar
São só amigos a rastejar.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
Vidas sem história, lutas sem fim
Um dia a mais passou aqui,
Fica o silêncio como um dilúvio
Estamos a ver cinema mudo,
Plateia cheia, olhos pasmados
Tudo a fingir, os cornos baixos.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
Esta tragédia por ser pequena
Não é notícia é morte lenta,
É esquecimento ou dor calada
Puro cinismo sem navalhada,
O sangue quente vai esfriando
Se tu deixares, seca por dentro.
Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.
8. GIN PURO
Gin puro
Noite clara,
Um abuso
A boca amarga.
No écran
L.A. convida
Olhos de galã
Anos trinta.
Minha amiga, esta noite, Lua cheia
Despedida, criminosa, derradeira.
Gin puro
Beber sempre,
Nem fim nem fundo
Ir na corrente.
Por qualquer lado
Sem daqui sair,
Naufrágio
Alcácer Quibir.
Minha amiga, esta noite, Lua cheia
Despedida, criminosa, derradeira.
9. MANEL DAS MÃOZINHAS
Ele chega bem cedo
A cara esmurrada,
Cambaleando
Sem dizer nada.
Olha à volta
E fila o primeiro,
"Oh meu, espera aí
Tou sem dinheiro."
"Oh meu, tu não fujas
Eu sou o mãozinhas,
Arranja-me uns trocos
P'ras vitaminas."
Manel solitário
Às oito na praça,
Sentado num banco
Escutando a estátua.
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
P'ra frente e p'ra trás
A falar sozinho,
O povo passa
Pelo maluquinho.
Vai mais um bagaço
E o Lino não chega,
"Anda aqui bicho
A moer-me a cabeça."
Manel não aguenta
E sai disparado,
Um carro que trava
"Ah, meu grande bandalho."
E se fosse ali
A morte a chegar,
"Ó morte da vida
Deixa de me olhar."
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
E sempre às voltas
Ao longo da praça,
Contando uma história
Pedindo a quem passa.
À tarde na escola
Os putos são certos,
Manel fica à esquina
A polícia está perto.
A noite tropeça
Numa discussão,
"O caldo não chega
P'ra dois, meu irmão."
Na casa de banho
Da velha taberna,
Manel aperta
A veia que sangra.
Manel, o das mãozinhas
Anda solto pela cidade,
A fazer algum pela vida
Sombra negra sem idade.
10. COMÉDIA HUMANA (Parte 2)
No centro dos conflitos
Há petróleo e fronteiras,
Ódios velhos entre tribos
A mentira das bandeiras.
Norte, Sul, Leste, Oeste
Onde a fome está presente,
Fugitivos como peste
Que agita o Ocidente.
E a nós aqui tão perto
As colónias na memória,
Cruzadas que deram certo
Nos velhos livros da história.
O oeste é o melhor
Como diz a canção,
Uncle Sam, o salvador
Doce Gorbi estende a mão.
11. BARES
Os sítios são ordinários
As horas doentias,
A noite é um preçário
De sorrisos anestesia.
O circo enche a cerca
Os heróis prometidos,
Amores em cena
Aplausos comovidos.
E as noites são brilhantes
Como mantos de orvalho,
Mil histórias bebidas
Na memória do espantalho.
Estilhaços de gente
De ouro e prata,
Risco cintilante
As noites são de gala.
A festa tem a hora
A hora quer mais tempo,
Aqui o tempo sobra
Na fúria do desejo.
E as noites são brilhantes
Como mantos de orvalho,
Mil histórias bebidas
Na memória do espantalho.
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